Pressão, muita pressão. Salários baixos, falta de amparo, ameaças constantes e rigidez da hierarquia militar. O policial militar em São Paulo está endividado, é obrigado a fazer bicos, estender sua jornada de trabalho e a morar em imóveis considerados submoradia.
Essa mistura explosiva levou um dos maiores jornais do mundo, o “The New York Times”, a produzir um artigo relacionando os baixos salários e o descaso do governo com o policial como uma das causas das mortes dos PMs, ocorridas principalmente nas periferias da capital e Grande São Paulo e também no interior.
“Não é preciso um jornal americano publicar algo nesse sentido. A população está acompanhando a violência na cidade e sabe que a tropa da Polícia Militar está totalmente desestimulada”, disse o deputado estadual Major Sérgio Olímpio Gomes (PDT).
Segundo o major, os salários vergonhosos, o risco iminente e a baixa valorização fazem com que o nível de candidatos a ingressar na corporação seja menor. “É uma bola de neve. O futuro policial é morador da periferia, tem baixa renda e atinge camadas mais pobres da população, principalmente quando se fala da maioria, os praças (soldados, cabos e sargentos). Então, o policial é morador de áreas mais sujeitas a ter criminosos e corre o risco maior”, disse.
“Não é preciso um jornal americano publicar algo nesse sentido. A população está acompanhando a violência na cidade e sabe que a tropa da Polícia Militar está totalmente desestimulada”, disse o deputado estadual Major Sérgio Olímpio Gomes (PDT).
Segundo o major, os salários vergonhosos, o risco iminente e a baixa valorização fazem com que o nível de candidatos a ingressar na corporação seja menor. “É uma bola de neve. O futuro policial é morador da periferia, tem baixa renda e atinge camadas mais pobres da população, principalmente quando se fala da maioria, os praças (soldados, cabos e sargentos). Então, o policial é morador de áreas mais sujeitas a ter criminosos e corre o risco maior”, disse.
“O PM em São Paulo é uma bomba. Ameaçado, tem explodido contra a população. Endividado e pressionado, tem implodido, perdendo esperança de viver, impotente diante do medo da própria família”, disse o tenente Dirceu Cardoso, da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares do Estado de São Paulo.
O parlamentar Olímpio Gomes conta que em 2005 a Polícia Militar realizou um estudo mostrando que 25% dos policiais militares residiam em subhabitações. “Moram em favelas, cortiços, pensões e até como ‘laranjeiras’ (nos fundos dos quartéis). De lá para cá, aumentaram os homens, mas o salário não melhorou em nada. A relação proporcional certamente aumentou”, observou.
O deputado Major Olímpio disse ainda que a Diretoria de Pessoal da PM também havia feito um levantamento apontando que 22% dos policiais militares pagavam pensão alimentícia.
Consequências/ “A pressão pelo dinheiro da subsistência e a longa jornada de trabalho, causando ausência do ambiente familiar, levam a um alto índice de separações ”, disse o major.
O parlamentar ressaltou que não tem dúvidas de que muitos policiais se enveredaram para o crime por falta de apoio. A PM informou que não tolera desvios de conduta e apura todas as denúncias. Em 2012, a PM demitiu 56 policiais, expulsou 115 e reformou cinco administrativamente.
FONTE DIÁRIO DE SÃO PAULO
O parlamentar ressaltou que não tem dúvidas de que muitos policiais se enveredaram para o crime por falta de apoio. A PM informou que não tolera desvios de conduta e apura todas as denúncias. Em 2012, a PM demitiu 56 policiais, expulsou 115 e reformou cinco administrativamente.
FONTE DIÁRIO DE SÃO PAULO
Plínio Delphino pliniod@diariosp.com.br
ResponderExcluirO governador Geraldo Alckmin admitiu nesta segunda-feira que o estado tem dificuldades em impedir que os presos falem ao celular de dentro das unidades prisionais. Mas disse que, em contrapartida, as conversas são monitoradas, o que seria uma maneira de identificar ações criminosas e pautar os serviços de inteligência policial para combatê-las.
“Há dificuldade na questão de bloqueadores de celulares. Não há uma tecnologia detalhada para bloquear apenas uma pequena área (que seria a ocupada pela penitenciária). Ou não se consegue bloquear, ou se bloqueia uma área muito grande”, explicou Alckmin durante evento da assinatura do acordo de cooperação para o desenvolvimento de combate a organizações criminosas em São Paulo, firmado entre o governo do estado e o Ministério da Justiça.
Em seguida, o governador tentou explicar que o celular dentro das unidades prisionais também é usado a favor das investigações. “O próprio sistema de segurança também acompanha todo esse trabalho (a comunicação de presos por celulares). Também faz parte da investigação da polícia com autorização judicial. É também uma fonte de acompanhamento importante da polícia, de inteligência policial”, justificou Geraldo Alckmin.
Para o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, a melhor maneira de combater o crime organizado é isolar o preso. “Tecnicamente o ideal é que não tenha celular na cadeia”, disse.
Carneiro Lima disse que o sucesso italiano no combate às máfias começou com o endurecimento das leis. “Estabeleceu-se prisão perpétua e o isolamento do preso. O isolamento do preso é fundamental para que se combata o crime organizado”, afirmou o chefe da Polícia Civil de São Paulo.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori, e o procurador-geral Márcio Elias Rosa também assinaram o acordo nesta segunda à tarde no Palácio dos Bandeirantes.
Na segunda-feira, a força-tarefa começa operações para fiscalizar acessos a São Paulo. Fará blitze em estradas, fronteiras, em portos e aeroportos no combate ao tráfico de armas e drogas e contrabando.
Ações da força-tarefa A força-tarefa contra o crime organizado em São Paulo inclui a criação do Centro de Comando Integrado, incremento da perícia técnica e transferências dos presidiários mais perigosos
Centro Integrado O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, anunciou nesta segunda que o governo federal vai disponibilizar R$ 60 milhões para o desenvolvimento do Centro de Comando e Controle Integrado do estado de São Paulo, que visa reunir em um mesmo ambiente todas as forças de segurança empenhadas no combate ao crime organizado. A previsão é de que esteja pronto até o final do Copa do Mundo de 2014.
Perícia forte, investigação forte O acordo entre os governos tem como um dos objetivos promover o fortalecimento da atuação da perícia técnica, principalmente por meio de utilização de tecnologias avançadas, do aprimoramento de protocolos operacionais padrão e da capacitação dos profissionais da área. O governador Geraldo Alckmin falou sobre a criação do Centro de Excelência da Perícia Técnica, inclusive com inovações como identificador da arma de origem da bala e o DNA de entorpecentes.
Transferências O acordo também contempla o desenvolvimento em conjunto de ações penitenciárias, no qual o governo federal se compromete a disponibilizar vagas em seu sistema. A primeira transferência de preso ocorreu na semana passada. Piauí, chefe do tráfico da Favela Paraisópolis, foi identificado como mandante de mortes de PMs e por isso foi levado de Avaré, no interior, para Porto Velho (RO). Outros 18 presos podem ser os próximos
05/12/2012 às 13h48min - Atualizada em 05/12/2012 às 13h48min
ResponderExcluirTAMANHO DA FONTE A- A+
Em meio à alta da violência em SP, PMs sofrem cortes no pagamento
Em meio à onda de violência e mortes de PMs no Estado de São Paulo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB), amparado por decisão liminar, está pagando até R$ 1.300 a menos nos contracheques para policiais militares desde novembro. A variação ocorre de acordo com a patente.
Entidades que representam a categoria tentam reverter o corte nos pagamentos referentes a ganhos por tempo de serviço obtidos judicialmente e que já vinham sendo pagos havia dois anos.
Governo de SP afirma que paga seus servidores conforme a legislação
Segundo a Associação de Cabos e Soldados do Estado de São Paulo, o corte atingiu cerca de 92 mil policiais que recebiam o benefício --SP tem cerca de 147 mil homens.
O impacto varia de R$ 80 para um soldado com cinco anos de corporação, por exemplo, até R$ 1.300 no caso de oficiais graduados, como coronéis com mais de 20 anos de serviço na PM, disse o presidente da associação, cabo Wilson Morais.
A Folha teve acesso ao contracheque de um cabo da PM que sofreu diminuição de R$ 592 nos vencimentos de novembro, ante o total de pagamentos de outubro.
Esse dinheiro já fazia parte do orçamento do policial. Muitos financiaram a reforma da casa, compraram um carro a prestação e agora ficaram com dívida no banco.
Morais afirmou que a associação tem se posicionado contra movimentos que sugerem greve dos PMs.
DIÁLOGO
Segundo ele, o novo secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, tem dialogado com a categoria e até intermediou uma reunião entre a representação dos PMs e Alckmin.
O encontrou inicialmente está marcado para esta quarta-feira (5), de acordo com Morais. A disputa sobre os valores suspensos agora teve início em 2008, quando a representação dos cabos e soldados e a Associação dos Oficiais da Reserva pediram uma revisão alta de 5% a cada cinco anos.
Em segunda instância, o Judiciário deu ganho de causa às entidades em 2010 e determinou pagamento do novo cálculo e de atrasados.
No STF (Supremo Tribunal Federal), o Estado conseguiu suspender o pagamento alegando que o benefício gera impacto de R$ 1,5 bilhão aos cofres paulistas. As associações contestam o dado.
Já morreram em São Paulo neste ano cem policiais militares. A violência cresceu no Estado e, em Ribeirão, o número total de homicídios (67) é o maior desde 2003.
Dados ainda não confirmados dão conta de que policiais e bombeiros de SP, descontentes com os baixos salários e a política de desvalorização salarial e humano do governo Alckmin, estão fomentando a possibilidade de um movimento grevista para 2013.
ResponderExcluirSegundo informações as negociações já se encontram em fase de esgotamento e sem nenhuma definição concreta.
O Comando Geral alega que o Procurado Geral do Estado tinha dever de ofício de recorrer a sentença do TJSP que deu ganho de causa aos policiais e bombeiros paulista (quinquenio e sexta-parte), argumentação que, segundo policiais e bombeiros não convence porque se assim fosse o Procurador já deveria ter recorrido logo no início e não após os pagamentos que foram suspensos.
O descontentamento toma conta da tropa e a violência não para de crescer na grande São Paulo e interior também.
Estamos buscando mais informações e assim que as tivermos postaremos na comunidade para mantermos todos informados, lembrando que não se trata de movimento grevista e sim “espírito armado para tal”, segundo relatos dos próprios policiais e bombeiros de São Paulo.
Em nota oficial a Associação dos cabos e soldados da PMESP, presidida pelo cabo Wilson que atualmente conta com 87.000 associados do total de aproximadamente 100.000 homens e mulheres que compõem o quadro de efetivo da policia paulista já deixou o recado: "A insensibilidade dos fortes provoca a revolta dos fracos", além de tecer críticas ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
Eu nao entendo porque que os policiais militares no Brasil ainda vivem no tempo da ditadura. Pergunto para vocês: O Policial Militar é um cidadão como qualquer um outro? Pode reivindicar? Pode ter sua liberdade de expressão garantida? Porque PMs trabalham mais de 44 horas semanais? Porque não recebe hora-extra nem adicional noturno? Porque corro o risco de ser PRESO se eu faltar a um serviço? Porque busco me qualificar e sou tão mal pago? Qual o valor que eu represento para a sociedade? E para o Estado?O Estatudo da PM do Piaui proibe até as manifestações de caracter reivindicatorias.No Estado de Roraima, PMs se manestaram e foram presos. O maior bem que o inviduo tem, a liberdade, é tirada por se manifestar por melhoria onde no final quem vai ganhar é a sociedade. É Justo?Como que um policial vai respeitar um “cidadão” se o Estado o trata feito um bicho? (apenas parte do e-maial enviado).
ResponderExcluir