domingo, 25 de novembro de 2012
PCC usa postos para lavar dinheiro
Postos de combustível, lojas de carros, locação de imóveis e exploração de vans do sistema de transporte público são os principais negócios usados pela facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios de São Paulo para lavar o dinheiro do tráfico de drogas.
O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil têm inquéritos abertos para investigar as atividades que visam camuflar a origem ilegal dos recursos que financiam as ações criminosas do PCC. “Os grupos criminosos se aproveitam de atividades que têm alta rotatividade de dinheiro para fazer a lavagem”, confirma o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro.
A facção é apontada como responsável pela onda de violência que atinge o estado de São Paulo desde outubro. Os policiais militares têm sido o principal alvo. Para tentar rastrear as empresas usadas pela organização, a Polícia Civil concentrou os inquéritos na Delegacia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro, criada em janeiro deste ano.
Desde 2006, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão do Crime Organizado), do Ministério Público, apura o uso pela facção de uma rede de 115 postos de combustível na região do ABC paulista, em Santos e na capital para lavar dinheiro. Os postos venderiam combustível adulterado e teriam a contabilidade inflada para legalizar dinheiro do tráfico e de roubos.
Só no ABC, a facção teria adquirido 44 estabelecimentos, que foram colocados em nomes de laranjas. A ação é chefiada de um presídio no interior.
Os promotores apuram o uso, pelo PCC, de revendas de carros. Um dos integrantes da organização cuidaria da compra de vans para serem exploradas por permissionários do sistema. As investigações começaram após a onda de ataques de maio de 2006 contra as forças policiais paulistas.
Em setembro daquele ano, a Polícia Civil prendeu 15 membros da diretoria da Associação Paulistana, cooperativa do sistema de transporte da capital, sediada na Zona Leste, por suspeita de ligação com a facção. O presidente da cooperativa, um ex-cabo da PM, foi acusado de chantagear cooperados, que seriam obrigados a pagar uma taxa diária para rodar.
Transporte da Zona Norte é investigado
A polícia também apura a ligação do PCC com operadores de vans na Zona Norte da capital. Há suspeita de extorsão dos donos de veículos, que teriam se recusado a pagar a taxa diária cobrada pela facção e estariam sendo alvos também de ataques.
R$ 6
milhões é arrecadação mensal do PCC
SPTrans afirma ter aumentado fiscalização
A SPTrans, que gerencia o sistema de transporte, informou que passou a ser mais rigorosa na seleção dos cooperados, incluindo a apresentação de atestado de antecedentes criminais.
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