Um ex-policial civil foi preso ontem em Taubaté acusado de integrar uma quadrilha responsável por fornecer dados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), participar da morte de policiais militares e de um turista italiano, além de praticar assaltos violentos e ataques em São Paulo.
Outras cinco pessoas foram presas por policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) durante a operação Ponta de Lança. Além de Taubaté, a operação foi deflagrada no bairro do Campo Limpo, zona sul da capital, e em Taboão da Serra.
O ex-policial Civil Carlos Renato Vieira Lopes, 39 anos, foi preso enquanto dormia, às 6h, no bairro Urupês.
Segundo a assessoria de imprensa do Deic, Lopes atualmente é comerciante e seria o responsável por fornecer documentos falsos a criminosos. Ele teria como principais clientes membros do PCC em São Paulo.
Material. O ex-policial venderia documentos falsos como RG, CPF, carteiras de habilitação e até de baixa em unidades prisionais. O ‘Kit estelionato’, como denominou a polícia, custava entre R$ 1.000 e R$ 1.500.
Na casa de Lopes, a polícia apreendeu um computador com os materiais utilizados para confecção dos documentos digitalizados, cerca de 500 documentos falsos pré-fabricados e outros materiais.
Investigação. Lopes é investigado desde julho. A certeza de que ele estaria envolvido foi confirmada na semana passada com a prisão de um suspeito de matar um policial.
As investigações continuam. O Deic não informou se há mais pessoas envolvidas e investigadas na região.
Seccional. Segundo Ivahir Freitas, delegado seccional de Taubaté, antes de ser encaminhado para a cadeia em São Paulo, Lopes fez exame de corpo de delito na cidade. A operação do Deic pegou os policiais da cidade de surpresa.
“Não estávamos sabendo. Recebi uma requisição de corpo de delito e fiz”, disse.
João Barbosa Filho, diretor do Deinter 1(Departamento de Polícia Judiciária), disse que o caso chama atenção.
“É curioso, mas o fato dele ser ex-policial não muda em nada. Há três anos não faz parte da corporação pois teve vários problemas administrativos. Ele se tornou um bandido comum.”
Lopes era agente de telecomunicações e foi demitido da polícia em 18 de janeiro de 2011. O motivo da demissão não foi divulgado.
Investigação
Polícia consegue evitar morte
Segundo o delegado Celso Marchiori, titular da 5ª Patrimônio (Delegacia de Investigação sobre roubos a Bancos), a operação de ontem foi um desdobramento das prisões dos empresários Leandro Rafael Pereira da Silva, o Léo Gordo, 28 anos, e Wellington Viana Alves, o Baré, 32 anos, que participaram de execuções de policiais. "A investigação era sobre os roubos violentos em vias públicas contra ocupantes de veículos, cujo principal objetivo era levar relógios valiosos. Mas descobrimos o desdobramento das atividades criminosas como assassinato de policiais militares", disse.
Durante as investigações, a polícia conseguiu evitar a morte de um policial da Rota (grupo de elite da Polícia Militar), em outubro. As gravações apontam ainda que ao menos dois PMs foram mortos por integrantes dessa quadrilha.
Segundo a polícia, a quadrilha desenvolveu um compartimento secreto dentro de capacetes de motociclista, em que a arma do criminosos era guardada. "Eles usavam pistolas pequenas nos roubos. Depois da ação, o armamento era escondido dentro do capacete.”
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